Thursday, April 12, 2012

Os ouvidos depois dos 50 anos


O ouvido humano, à semelhança da visão, cansa-se com a idade e perde audição. Conheça os sintomas e os cuidados a ter.
Envelhecer para a maioria das pessoas significa perder elasticidade, força física, agilidade, entre muitas outras modificações que ocorrem em todo o corpo. E o ouvido, tal como outros órgãos, sofre alterações à medida que envelhecemos. À semelhança do que se verifica com a visão, vai-se cansando com a idade, perdendo algumas frequências.

Segundo
José Saraiva, coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF das Descobertas, em Lisboa, a perda de audição “resulta num processo de deterioração das células filiadas do ouvido interno, que, embora seja variável de indivíduo para indivíduo, ocorre, normalmente, depois dos 60 anos”.

Existem inúmeros factores que influenciam o desenvolvimento do processo, como por exemplo, o tipo de trabalho que desempenha ou os traumatismos que se sofre ao longo da vida (guerra colonial, caça, etc.), e que podem antecipá-lo.


Degradação neurológica

A perda de audição resultante do processo de envelhecimento é bilateral – verifica-se nos dois ouvidos – e proveniente da degradação neurológica do nervo e da percepção auditiva. No fundo, “a pessoa começa a deixar de ouvir alguns sons. As vozes femininas e as das crianças, por exemplo, tornam-se mais difíceis de agarrar por serem agudas”.

Para José Saraiva uma das consequências mais perigosas da perda de audição é o
isolamento. “As pessoas com problemas auditivos tendem a isolar-se. Como não conseguem comunicar e têm vergonha de pedir às pessoas que repitam, isolam-se o que é péssimo nesta fase da vida.”

Prevenir

Adoptar um estilo de vida saudável é, segundo o médico especialista em otorrinolaringologia, sempre uma mais-valia para evitar problemas de saúde. No entanto, e falando concretamente do ouvido, refere que uma das maiores preocupações prende-se com o futuro dos jovens de hoje: “as crianças usam muito os headphones. Prevê-se, e existem muitos estudos que apontam nesse sentido, que os jovens serão idosos com muito mais problemas auditivos, neste caso fadiga auditiva. É bom que ao longo da vida tratemos bem o ouvido para que ele depois nos recompense.”

Sintomas

O primeiro alerta a ter em consideração é a sensação que já não se ouve tão bem. Outros dos principais indícios são os zumbidos, que estão associados à perda auditiva, e o desequilíbrio físico, também ligado ao ouvido mas que, nos maiores de 60 anos, pode ter várias nuances.

“É fundamental que as pessoas façam exames regularmente e incluam o ouvido nos
check-ups, de modo a que possam ir detectando a evolução do ouvido. E uma vez diagnosticada a perda auditiva é importante que se mantenha a vigilância periódica”, alerta José Saraiva.

Cada vez mais os portugueses tendem a preocuparem-se com o seu estado de saúde, adoptando medidas de prevenção. No entanto, ainda está muito enraizado o preconceito de que a perda de audição é uma deficiência.


“Existe algum
tabu, em particular nos mais velhos, em relação às próteses auditivas. Eu costumo dizer que as próteses são como os óculos a única diferença é que, nos óculos, escolhemos a marca e a cor. O aparelho ainda é visto como um handicap.”

A perda de audição resultante do envelhecimento não é solucionada através de medicamentos mas sim de próteses. No entanto, não existem valores de frequências definidos para determinar se um paciente terá ou não de usar um aparelho auditivo. Essa solução é definida pelo paciente e respectiva família: “quando a pessoa sente que
a perda lhe perturba a relação familiar e social é que se recorre a material auxiliar para resolver o problema. O momento é estabelecido mais pela família e pela pessoa do que pelo médico”.

Por isso, não seja condescendente com os seus ouvidos. Se tem dificuldades em acompanhar uma conversa, se nem sempre ouve a campainha ou o telefone,
procure um especialista.

Friday, April 6, 2012

Saiba tudo sobre Zumbido no ouvido.


ZUMBIDO
Sinônimos:
Acufeno, tinnitus, tinido.
O que é?
É um som que não está ao nosso redor mas dentro de nós (dentro da via auditiva). Pode ser percebido no(s) ouvido(s) ou na cabeça e pode ter uma única ou múltiplas causas. O zumbido não é uma doença mas um sintoma, uma percepção auditiva fantasma cuja intensidade é impossível de ser mensurada.
Como é?
O barulho (zumbido) pode ser referido como um chiado, apito, barulho de chuveiro, de cachoeira, de concha, de cigarra, do escape da panela de pressão, de campainha, do esvoaçar de um inseto, de pulsação do coração, etc. Pode ser de forma contínua ou intermitente, mono ou politonal.
O zumbido causa sofrimento?
Cerca de 17% da população mundial tem zumbido. A maioria relata o zumbido apenas como um incomodo, outros dizem que certas funções como o sono e a concentração estão prejudicadas. Em sua forma severa, que corresponde a cerca de 20% dos casos o zumbido causa sofrimento. É a queixa principal e freqüentemente dramática na consulta médica. Em geral são pessoas acometidas também por outros transtornos, principalmente os de natureza psiquiátrica. O grau de desconforto, intolerância ou incapacidade quase sempre não estão relacionados com o grau de intensidade do zumbido. Os transtornos de humor (depressão, distimia) e ansiedade, freqüentemente presentes, exercem fortes influências no agravamento do sintoma zumbido.
Zumbido tem causa?
Em geral nenhuma causa especifica pode ser estabelecida para o tipo comum (subjetivo) de zumbido. Perda auditiva, infecção no ouvido,obstrução do conduto auditivo ( cerume), ingestão de determinados medicamentos , exposição prolongada ao ruído, tumor, são fatores entre outros , que podem estar associados com o zumbido. Se for do tipo objetivo ou vibratório (incomum) as causas são vasculares (pulsáteis) ou musculares (clipes).
Como o médico faz o exame?
O medico ouve, examina e pede os exames complementares necessários: audiologicos, laboratoriais, eletrofisiológicos e de imagem. Atenção especial deve ser dada à vida psíquica do paciente.
Como se trata?
Os pacientes com zumbido crônico severo, isto é, o zumbido que causa sofrimento, necessitam do que chamamos de um tratamento/controle, termo usado para referir-se a quaisquer modalidades conhecidas de terapia que oferecem alivio ao paciente de sintomas que o afligem. 
A. Tranquilizar o paciente: dizer que o zumbido não é uma ameaça para sua saúde. Assegurar que vai melhorar. Incentivar a prática de medidas que melhoram a qualidade de vida: alimentação regrada, atividade física regular e controle da vida psíquica.
B. Avaliação psiquiátrica
C. Medicamentos: ansiolíticos, zinco (se necessário). O íon zinco participa na neurotransmissão na via auditiva central. A carência pode estar relacionada com algum tipo de zumbido.
D. Terapia cognitiva/comportamental: baseia-se na modificação do comportamento através da aplicação de técnicas de “descondicionamento”. A finalidade é orientar, ensinar e usar técnicas comportamentais que levam à habituaçao. Um exemplo de terapia cognitiva/comportamental é a Terapia de Habituação (Tinnitus Retraining Therapy – T.R.T). A T.R.T envolve dois princípios básicos:orientação e terapia sonora (ou acústica)

1. Orientação: primeiro principio básico da T.R.T. O paciente precisa estar ciente que o tratamento básico não será com a ingestão de remédios, mas com a importante participação dele mesmo na prática de exercícios mentais que visam a habituação ao distúrbio que o acomete. Controle da mente com técnicas de meditação são estimuladas, alem do acompanhamento psicoterápico muitas vezes necessário.
2. Terapia sonora: segundo principio básico da T.R.T. A finalidade é “EVITE O SILÊNCIO” proporcionando um enriquecimento sonoro através de aparelhos eletrônicos colocados no meio ambiente ou diretamente no ouvido do paciente. Existem quatro maneiras de se fazer a terapia sonora.
a) Geradores externos de som: uteis principalmente à noite na hora de dormir, quando o silêncio é maior. Existem CD’s com sons suaves e relaxantes (música, sons da natureza). Os travesseiros com alto-falantes são indicados quando existe a preocupação de incomodar o (a) companheiro (a).
b) Aparelho auditivo: freqüentemente pacientes com zumbido apresentam também perda auditiva. Nestes casos um aparelho auditivo, utilizado para melhorar a audição vai fazer o enriquecimento sonoro pela percepção de novos sons que antes não eram ouvidos.
c) Geradores de som: esteticamente semelhantes aos aparelhos auditivos. A intensidade do som que eles emitem diretamente no canal do ouvido, deve ser regulado em intensidade menor do que a do zumbido, evitando-se mascará-lo, para seguir o preceito determinado pela TRT, a habituação .
d) Gerador de som acoplado ao aparelho auditivo: são sistemas combinados usados nos casos de perdas auditivas significativas e zumbido. O tratamento TRT induz à habituação ao som do zumbido e isso ocorre a partir do momento em que o som não provoca nenhuma reação importante ou sentimentos negativos no paciente. Trata-se de tratamento longo (18 a 24 meses).
Outros métodos de tratamentos: 
Estimulação magnética transcraniana: consiste na aplicação diária de estímulos magnéticos repetitivos de baixas freqüências na região temporal do cérebro durante uns 10 dias.
Estimulação elétrica da via auditiva: os estímulos são usados diretamente sobre as estruturas neurosensoriais da cóclea.
Acupuntura, hipnose: citados em algumas fontes.

Como o Zumbido evolui?
Os pacientes, submetidos à terapia de habituação, conseguem controlar o zumbido evitando as reações e os sentimentos negativos associados com o incômodo.
Perguntas que você pode fazer ao seu médico
Zumbido tem cura?
Por que estou com zumbido?
O meu zumbido tem cura?
Se o meu zumbido não tem cura no momento, o que devo fazer para conviver com ele?


Thursday, April 5, 2012

Doenças dos ouvidos

Se você fica exposto a altos níveis de decibéis por períodos de tempo prolongados, pode desenvolver uma doença auricular grave. Aqui você encontra um guia rápido.

Surdez e perda de audição

Há duas categorias de perda auditiva: condutora, que envolve anomalias na transmissão do som nos ouvidos médio e externo e neurossensorial, envolvendo o ouvido interno. Geralmente a perda condutora pode ser corrigida. Já a neurossensorial é muito mais difícil de tratar.




Um problema simples no ouvido pode resultar em perda de audição ou surdez.
Publications International, Ltd., 2006.
Um problema simples no ouvido pode resultar em perda de audição ou surdez
A perda auditiva condutora pode acontecer, por exemplo, quando o cerume impede os sons de chegarem ao ouvido interno, onde são transformados em impulsos nervosos elétricos transmitidos para o cérebro. Ferimentos no tímpano e infecções do ouvido médio também podem causar perda de audição condutora.

Na perda neurossensorial há falha do nervo auditivo. Portanto, mesmo que as vibrações sonoras atinjam o ouvido interno, elas não são enviadas como impulsos para o cérebro. Esse tipo de perda auditiva resulta em danos no nervo auditivo. Eles podem ser causados por envelhecimento, infecções virais, barulhos muito altos, efeitos colaterais de medicamentos, etc.

A surdez, isto é, a total ausência de audição, pode resultar tanto na perda condutora como da neurossensorial ou ainda de um misto de ambas. Sempre que suspeitar de perda auditiva, você precisa consultar um médico especialista em ouvido (otorrinolaringologista) capaz de identificar a causa ou as causas de sua origem.

A melhor maneira de lidar com a perda da audição é fazer tudo que puder para evitá-la. Se você já tem este problema, uma prótese auditiva pode ajudar.

Os aparelhos auditivos de hoje em dia têm tecnologia avançada. São muito mais suaves, menores e eficientes do que os aparelhos de antigamente. Há três tipos principais: os que ficam atrás da orelha, os que ficam na orelha e os que ficam dentro do canal. Cada um deles tem vantagens e desvantagens. O modelo que fica dentro do canal é o menor e, portanto, o menos visível. Entretanto, devido ao seu tamanho limitado ele não pode ter tantos conjuntos de circuitos e não é tão versátil em suas funções. Ele amplia todos os sons igualmente, em vez de poder ser programado para ampliar os sons seletivamente.

A eficiência dos aparelhos auditivos se resume a uns poucos fatores-chave. Primeiro, o médico deve prescrever o tipo de prótese certa para a pessoa. O usuário também precisa utilizá-lo adequadamente e comunicar suas necessidades claramente ao médico. Também é importante que a pessoa tenha expectativas realistas sobre o que um aparelho auditivo pode fazer.


Dor de ouvido

Quando você tem uma dor no ouvido, ela distrai todos os pensamentos e absorve toda sua atenção. Tudo o que você quer é que ela acabe.

As dores de ouvido podem ser causadas por uma obstrução da tuba auditiva, o pequeno canal que conecta a parte posterior interna do nariz com o ouvido médio. O ar no ouvido médio está constantemente sendo absorvido por sua parede membranosa, mas ele jamais é esvaziado enquanto a tuba auditiva permanecer aberta e capaz de se reabastecer, durante o ato de engolir. Dessa forma, a pressão do ar em ambos os lados do tímpano permanece quase igual. Porém, quando a tuba auditiva está obstruída, a pressão no ouvido médio não pode ser equalizada. O ar que já está ali é absorvido e, sem um novo fornecimento, acontece um vácuo no ouvido médio, sugando o tímpano para dentro e tensionando-o de modo doloroso.




As viagens aéreas são uma causa comum de dores no ouvido.
Publications International, Ltd., 2006.
As viagens aéreas são uma causa comum de dores no ouvido
Este tipo de dor de ouvido é particularmente comum em pessoas que viajam de avião, principalmente quando elas estão resfriadas ou com o nariz entupido. Durante a decolagem e o pouso, a pressão do ar no ouvido médio não equaliza da mesma forma que equalizaria se a tuba auditiva estivesse desobstruída.

Outra causa de dor de ouvido são as infecções. As infecções do ouvido médio são extremamente comuns em crianças. Esse tipo de infecção se desenvolve quando bactérias ou vírus, geralmente de resfriados ou inflamações de garganta, sobem pela tuba auditiva. Como resultado, o tímpano pode ficar inchado e inflamado.

Uma otite não tratada pode levar à perda permanente da audição e à dor de ouvido, às vezes, pode ser reflexo de um problema em outra parte do corpo, sendo importante consultar um médico nestes casos.

Labirintite

Uma tontura grave ou vertigem pode trazer a sensação de que algo está terrivelmente errado. Se isso acontece com você, procure um médico imediatamente. É possível que a origem do seu problema seja a labirintite, uma infecção do labirinto, que é o sistema de cavidades cheias de líquido do ouvido interno. O labirinto controla o equilíbrio. Embora a vertigem possa tornar extremamente difícil para você continuar com as suas atividades, a infecção em si não é perigosa. Em geral, o repouso é o principal tratamento. O médico pode receitar remédios para combater a tontura, assim como a náusea e o vômito que também podem acontecer. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem entre uma e três semanas. Episódios recorrentes de vertigem devem ser investigados por um médico, já que podem representar alguma outra doença não manifesta.


Zumbido

Quando procurar um médico por causa de zumbido
O zumbido nos ouvidos pode estar relacionado a uma doença mais grave, como:
  • níveis muito altos de triglicerídios no sangue;
  • derrame ou episódio isquêmico transitório (se acompanhado de desarticulação da fala, paralisia da face ou das extremidades, alterações na visão);
  • síndrome de Menière, uma doença do ouvido interno (se acompanhada de tontura grave e perda auditiva flutuante);
  • neuroma acústico, um tumor do nervo auditivo.
Portanto, se o zumbido nos ouvidos não parece ter uma causa óbvia e dura mais do que um dia, marque uma consulta com o médico.
Todo mundo fica com um pouco de zumbido nos ouvidos de vez em quando, mas quando acontece continuamente isso pode incomodar você. O nome médico para esta sensação de zumbido é acúfeno. É o resultado de um dano das células ciliadas do ouvido interno. Essas células captam as vibrações sonoras e enviam impulsos elétricos pelo nervo auditivo para o cérebro. No zumbido, as células estão "ligadas" o tempo o todo, fazendo o cérebro pensar que as vibrações sonoras estão entrando no ouvido sem cessar.

Entre as causas possíveis do zumbido estão trauma acústico, cerume, infecção, efeitos colaterais de certos medicamentos (mais de 200 podem ocasionar zumbido),  tímpano perfurado, acúmulo de líquidos, pressão arterial alta, tumor, diabetes e envelhecimento.

Para interromper o zumbido, tente o seguinte:
  • Interrompa o barulho muito alto ou use um protetor auricular.
  • Mantenha baixa a sua pressão arterial.
  • Diminua o sal. 
  • Limite a aspirina. Seu consumo crônico ou mesmo o uso freqüente durante um ou dois dias pode causar zumbido. Fale com o seu médico antes de interromper qualquer medicamento que você acha que pode estar causando o zumbido.
  • Evite cafeína, tabaco e substâncias que criam dependência, pois elas também podem desencadear o zumbido.
  • Malhe. Se a causa do zumbido for má circulação, fazer exercícios físicos ajudará.
  • Certifique-se de descansar o suficiente.
É importante cuidar dos ouvidos para prevenir que problemas graves aconteçam. Felizmente, agora você pode distinguir o zumbido que acontece depois de um espetáculo musical e os sintomas de um problema grave.


Células-tronco podem reabilitar audição






A perda auditiva vem crescendo a cada ano devido, entre outras coisas, ao aumento do barulho nas grandes cidades e à falta de consciência no uso de aparelhos portáteis de música (os mp3 players). Mas, a tecnologia e as células-tronco podem ajudar a reabilitar a audição de pessoas que a perderam. Uma em cada mil crianças nascidas apresenta deficiência auditiva, e três em cada mil adquirem durante a infância. Nos idosos, a prevalência também é alta, e, no Brasil, o número aumenta tanto quanto a expectativa de vida dos brasileiros, que gira em torno dos 73 anos de idade. Presidente da ABORL-CCF e Secretário Geral do Congresso, o otorrinolaringologista Dr. Ricardo Bento comenta que o Brasil e outros países estão atuando nas pesquisas com células-tronco. "Várias linhas de pesquisa estão sendo realizada s no mundo. Aqui em São Paulo, estamos fazendo trabalho em cobaias no Dep. de Otorrino e no Instituto de Biologia da USP trabalhando com cultura de células ciliadas da cóclea, que é um dos passos para chegarmos às células-tronco no ouvido", explica.

Aparelhos de audição implantáveis
A tecnologia médica também tem ajudado no cotidiano do tratamento da audição. É possível realizar um diagnóstico genético das perdas auditivas graças às novas técnicas. O otorrinolaringologista Dr. Oswaldo Laércio Cruz, presidente da SBO (Sociedade Brasileira de Otologia) e membro do Comitê de Otologia, Neuro-Otologia e Cirurgia da Base do Crânio do Congresso comenta que a tecnologia é aliada dos médicos e dos pacientes que procuram voltar a ouvir. "Quando a perda auditiva se instala, a tecnologia tem ajudado na reabilitação auditiva, como os implantes cocleares mais modernos e as próteses implantáveis de orelha média", diz.


Dados sobre perda auditiva em crianças e idosos
Uma em cada mil crianças nascidas apresenta deficiência auditiva, e três em cada mil adquirem durante a infância. Nos idosos, a prevalência também é alta, e, no Brasil, o número aumenta tanto quanto a expectativa de vida dos brasileiros, que gira em torno dos 73 anos de idade. "Esta perda de audição, normalmente, é de leve a severa, e como a população tem hoje uma expectativa de vida maior, o problema da surdez está aumentando e deve ser resolvido", diz Dr. Ricardo Bento.  Com o inverno batendo à porta, as otites crônicas, muito comuns nessa época do ano, também serão tratadas pelos médicos nacionais e internacionais.


Novas tecnologias facilitam vida de deficientes auditivos





Implante de aparelho auditivo entra na cobertura de planos de saúde


Agência de Saúde divulgou resolução sobre o 'implante coclear'.
Conhecido como 'ouvido biônico', ele substitui as próteses tradicionais.

O "implante coclear" foi incluído entre os procedimentos cobertos pelos planos de saúde, conforme resolução publicada nesta sexta-feira (29) no Diário Oficial da União. A cirurgia consiste na colocação de um aparelho auditivo que substitui as próteses tradicionais para pessoas com diagnóstico de surdez total ou quase total.

A resolução é da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que inclui o implante no "Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde", lista que determina a cobertura assistencial mínima dos planos privados de assistência à saúde contratados a partir de 1º de janeiro de 1999.

De acordo com o Grupo de Implante Coclear do Hospital das Clínicas e da FMUSP, o aparelho de alta complexidade tecnológica, popularmente conhecido como "ouvido biônico", é composto de duas partes: uma interna e outra externa.


"O implante é que estimula diretamente o nervo auditivo através de pequenos eletrodos que são colocados dentro da cóclea e o nervo leva estes sinais para o cérebro. É um aparelho muito sofisticado que foi uma das maiores conquistas da engenharia ligada à medicina. Já existe há alguns anos e hoje mais de 100.000 pessoas no mundo já o estão usando", informa o site do grupo.
sasas (Foto: Divulgação/Orozimbo Alves Costa)Reprodução artística de um implante coclear em um
ouvido humano. Equipamento estimula nervo auditivo,
que transmite sinais ao cérebro para recuperar a
audição
Segundo a fonoaudióloga Maria Cecília Bevilacqua, professora titular em audiologia da Universidade de São Paulo e que trabalha com o implante coclear nas redes privada e pública de saúde, a resolução publicada pelo governo é um avanço tecnológico importante para os deficientes auditivos.


“O implante é recomendado para quem teve perdas severas ou profundas na audição, ou seja, é para quem não consegue entender o que outra pessoa fala ao telefone, por exemplo. O Sistema Único de Saúde (SUS) financiou no ano passado 680 cirurgias, um número baixo. Agora com os convênios realizando este procedimento, o alcance será maior”, disse.
De acordo com a especialista, aproximadamente 300 mil pessoas no Brasil sofrem com problemas graves de audição e necessitariam receber um “ouvido biônico”, denominado desta forma por ter sido o primeiro órgão humano a ser recriado tecnologicamente. O custo da cirurgia e do aparelho é de aproximadamente R$ 100 mil.


Wednesday, April 4, 2012

Tipo e Grau de perda auditiva

Perda auditiva condutiva

Quando um bebê tem uma perda auditiva, alguma coisa está interferindo no caminho do som até o cérebro. Uma perda auditiva condutiva é causada por qualquer condição ou doença que impeça a condução do som na forma mecânica por meio da cavidade da orelha média para a orelha interna. Uma perda auditiva condutiva pode ser resultado de um bloqueio do canal auditivo externo ou pode ser causada por qualquer doença que afete a habilidade da orelha média de transmitir a energia mecânica para a base do estribo.
Isso resulta na redução de um dos atributos físicos do som chamado de intensidade (volume), ou seja, a energia que chega à orelha interna é menor ou menos intensa que a do estímulo original. Logo, mais energia é necessária para a criança com perda auditiva condutiva escutar um som, mas, uma vez que o som seja alto o suficiente e o impedimento mecânico seja resolvido, o ouvido voltará a funcionar de maneira normal. Normalmente, a causa da perda auditiva condutiva pode ser identificada e tratada, resultando em uma melhoria parcial ou total da audição. Depois da conclusão do tratamento médico para as causas da perda auditiva condutiva, os aparelhos auditivos são efetivos na correção de qualquer perda auditiva remanescente.

Perda auditiva neurossensorial


A perda auditiva neurossensorial resulta da disfunção do nervo auditivo ou da orelha interna. O componente sensorial pode ser o órgão de Corti danificado, a incapacidade das células ciliadas de estimular os nervos da audição ou um problema metabólico nos fluidos da orelha interna. O componente neural ou retrococlear pode ser resultado de um dano severo no órgão de Corti, que causa a degeneração dos nervos auditivos, ou pode ser uma incapacidade dos nervos auditivos de conduzir informações neuroquímicas pelas vias auditivas centrais.
Algumas vezes, a razão da perda auditiva neurossensorial não pode ser determinada, ela não reage de maneira favorável ao tratamento médico e é normalmente descrita como condição permanente, irreversível. Da mesma maneira que a perda auditiva condutiva, a perda auditiva neurossensorial reduz a intensidade do som, mas também introduz um elemento de distorção no que é escutado, resultando em um som sem clareza, mesmo que seja alto o suficiente. Uma vez que as condições tratáveis com a medicina forem descartadas, a criança com perda auditiva neurossensorial pode receber aparelhos auditivos que fornecerão o acesso à fala e a outros sons importantes.

Perda mista


Pode-se considerar a perda auditiva mista como uma perda auditiva neurossensorial com um componente condutivo que se sobrepõe no todo ou em parte a um intervalo audiométrico testado. Assim, além de perda auditiva irreversível causada por um distúrbio do nervo auditivo ou da orelha interna, existe também uma disfunção do mecanismo da orelha média que torna a audição pior do que somente com a perda neurossensorial.
O componente condutivo pode ser passível de tratamento médico com a ocorrência da reversão da perda auditiva associada a ele, mas o componente neurossensorial provavelmente será permanente. Aparelhos auditivos podem ser benéficos para crianças com perda auditiva mista, mas os profissionais de saúde auditiva devem tomar cuidado caso o componente condutivo seja devido a uma infecção de ouvido ativa.